Sempre me fascinou a Op’Art nas suas diferentes configurações.
Imaginem uma tela e as figuras que ela transporta, entre concâvos e convexos, livros em pé, livros ao deitado, caixas por abrir ou superfícies de mármore estonteadas. Vêem-se estrelas de cinco ou mais pontas como se o mundo fosse pautado e transportasse cachos de diamantes ora visíveis ora invisíveis. O plano era o de subir aos píncaros do mundo pelo lado do infinito.
A Língua Portuguesa é a tela que ganha formas diferentes, não opostas, mas infindáveis, tal qual plantas de um irrepreensível geometrismo, sobe e desce-se com uma musicalidade de matriz idêntica, mas várias sonoridades.
Esta é a minha Língua, a minha casa onde habitam histórias talhadas na memória dos séculos.
António Torrado