Um Projeto: Arte e Ciência no Palco

Um Projeto

Arte e Ciência no Palco

Hoje ninguém é capaz de negar que arte e ciência sempre estiveram juntas. Assim como estiveram juntas em épocas muito remotas quando o conhecimento dos astros e os cuidados com a saúde humana e a busca por alimento se estreitavam com uma filosofia que desejava entender como o ser humano agia num universo estático e imutável. Mas foi nesta busca, com curiosidade incessante que alguns milênios depois se chegou à compreensão que tudo se move, que a natureza impõe mistérios e que a arte possibilitaria uma profunda investigação da realidade objetiva/subjetiva, na nossa curta existência neste cosmo.

Se o desígnio do teatro é contar histórias que vivemos, tentando refletir relações, conflitos, angústias, encontros e desencontros, ora pela tragédia, ora pela comédia, porque então não transpor no palco da representação as relações dos avanços do conhecimento e seus paradoxos, de quem os provoca e principalmente de quem os sofre?

O Núcleo Arte Ciência no Palco tem esta honesta ambição. Nasce com Einstein/ provocador em 1998, um espetáculo encenado despretensiosamente e que curiosamente desperta interesses dos mais variados segmentos de público. Perguntamos então, porque não dar continuidade às provocações de Einstein? Sentimos que era oportuno, mais que necessário refletir sobre os avanços do conhecimento e suas consequências no nosso dia-a-dia, o movimento obstinado de homens e mulheres na tentativa de decifrar a natureza e entender suas relações com a sociedade. O acaso se fez presente. Indicações importantes nos levaram a Leonardo Da Vinci e suas invenções frustradas para a época, a “Copenhagen” com sua demonstração cabal da descontinuidade, da incerteza e da complexa ação humana nas figuras de Niels Bohr e Werner Heisenberg; na comédia “Perdida, Uma Comédia Quântica”, no drama de Alan Turing em “Quebrando Códigos”, nas provocações de Richard Feymann em “E Agora, Sr. Faymann”, nas criações coletivas “A Culpa é da Ciência?” e em “Prometeu Despedaçado”. Na criação da “A Dança do Universo” em 2005 para celebrar o ano internacional da Física, na encenação de “Insubmissas”, resgatando a importância e as angústias das mulheres no mundo masculino da Ciência. Não esquecemos das crianças, ao ludicamente adaptarmos Júlio Verne em “20.000 Léguas Submarinas Ufa!”, assim como brincarmos com inverdades em “Rebimboca e Parafuseta” ou com o desfile de minicarros alegóricos falando de astronomia em “Big Big Bang Boom!”, assim como lembramos de Arthur Conan Doyle em “No Mundo de Arthur” correndo atrás de quem roubou o osso de Pitdow.

Uma história de artistas “rebeldes com causa”. Provocações poéticas/históricas conciliando a arte do Teatro com o inextinguível mundo do conhecimento que nos faz avançar em busca de soluções para todos os nossos dramas.

https://nucleoacp.wordpress.com/

AUTOR DO ARTIGO

CARLOS PALMA

 
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