Marcou: O almoço pela Democracia de dois ex-Presidentes do Brasil
Marcou
O almoço pela Democracia de dois ex-Presidentes do Brasil
Em poucos minutos, a política brasileira deu um salto que abre novos horizontes e oferece esperança a quem está cansado de ser visto pelo mundo como um país à deriva, como escreveu Juan Arias na edição brasileira do El País. Para o comentador, o almoço entre dois ex-presidentes do Brasil, Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso, foi como uma nova bússola, um raio de esperança para que o Brasil possa sair vivo e até revigorado dos escombros de um bolsonarismo que se nutre da morte e despreza a vida.
O anfitrião desse encontro, Nelson Jobim, tem, segundo o El País, um currículo imbatível para fazer a ponte: foi ministro da Defesa de Lula, ministro da Justiça de FHC, que também o indicou para o Supremo Tribunal Federal (STF). Jobim é um conhecedor dos meandros políticos e, não menos importante, dos humores jurídicos das mais altas cortes no país, um fator essencial na conjuntura brasileira.
A informação do encontro foi divulgada pelas redes sociais de Lula que divulgaram que os dois se reuniram em um almoço com muita democracia no cardápio.
Nossas diferenças são muito menores do que o nosso dever histórico de derrotar Bolsonaro, escreveu o deputado Marcelo Freixo (PSOL-RJ), para queméhora de dialogar e construir consensos, porque o que está em jogo é a democracia e a vida dos brasileiros. O governador do Maranhão, Flávio Dino do PC do B, escreveu nas redes sociais que defende, há alguns anos, uma conversa dos ex-presidentes, como uma forma de proteger a democracia ameaçada pela extrema-direita bolsonarista.
Lula e FHC foram, sem dúvida, os dois maiores líderes brasileiros nos últimos tempos e com projeção internacional, na opinião de Juan Arias. Dois líderes bem diferentes e distantes um do outro, um popular e outro intelectual, mas ambos com estatura de estadista, mas ambos conscientes do próprio valor e de seu papel fundamental, e que na história do país, nestes anos, mantiveram no alto seus egos no limite de uma ruptura.
Este encontro é, para nós, um exemplo a seguir num tempo em que os conspiradores contra a democracia perdem a vergonha por todo o lado. Por isso é necessário estarmos abertos ao outro, preparados para ouvir mesmo o que não nos agrade, termos os sentidos novamente atentos, despertos, desenvolvidos. Para que a sensibilidade possa colaborar ativamente com a inteligência, e as duas serem instrumentos poderosos na defesa da democracia e da liberdade.